terça-feira, 18 de outubro de 2011

· Compreender o imperialismo e o colonialismo de finais do séc. XIX;


Nos finais do séc. XIX, a Europa detinha a hegemonia porque possuía os principais mercados do mundo e tinha muitas colónias ao longo do mundo (influencia económico-financeira), criava as maiores invenções e fazia mais descobertas (influencia técnico-científica e cultural).


· Justificar a necessidade de corrida às áreas de influência;


Na 2ª metade do séc. XIX, registou-se uma rivalidade entre os países da Europa e por isso registou-se uma corrida às áreas de influência. Os interesses eram:


o Económicos – necessidade de matérias-primas e novos mercados;


o Políticos e estratégicos – pela afirmação e prestigio político e militar;


o Ideológicos e culturais – a Europa devia colonizar o povo africano, pois acreditava na superioridade da sua civilização (racismo).


· Justificar a necessidade de realização da Conferência de Berlim e conhecer as suas conclusões;


A Conferência de Berlim (1884-1885) foi realizada com o objectivo de acabar com as rivalidades entre os países europeus sobre as colónias africanas. Assim todos se reuniram e dividiram África “a régua e a esquadro” e decidiram que o principio de ocupação efectiva – só os países que tivessem meios humanos e económicos para explorar e ocupar o território é que tinham direito a ter colónias – se sobreponha ao direito histórico. Portugal saiu a perder e a Inglaterra a ganhar.


· Relacionar o mapa Cor-de-rosa e o Ultimato Inglês de 1890;


Portugal apresentou na Conferência de Berlim um mapa que tinha desenhado, a cor-de-rosa, os territórios que pretendia colonizar (Angola, Moçambique e o território no meio de ambos). No entanto, esse desejo ia contra os interesses dos ingleses que nos mandaram de imediato um Ultimato que ameaçava o corte de relações diplomáticas com Portugal (guerra), se este não desistisse dos territórios que pretendia. O rei de Portugal cedeu imediatamente devido à força da Inglaterra.


· Conhecer as rivalidades económicas e os nacionalismos europeus em vésperas da guerra;


Em vésperas de guerra, as grandes potências industrializadas (França, Alemanha e Inglaterra) lutavam entre si para terem mais matérias-primas e melhores mercados. Haviam também países que defendiam que tinham uma raça/nacionalidade superior (pangermanismo e pan-eslavismo).


· Justificar a existência de uma “paz armada”;


Na Europa vivia-se um clima de “paz armada” porque:


o os países industrializados competiam entre si;


o alguns países defendiam a superioridade das suas raças;


o a França exigia à Alemanha que lhe devolvesse Alsácia Lorena;


o vários países queriam tornar-se autónomos e/ou alargar as suas fronteiras.


· Compreender a fragilidade da política de alianças deste período;


As permanentes rivalidades levaram a uma corrida aos armamentos. Esta “paz armada” originou uma formação de alianças:


β Tríplice Aliança (1882) – Alemanha, Áustria-Hungria e Itália;


β Tríplice Entente (1907) – França, Inglaterra e Rússia.


Qualquer acontecimento desencadearia o sistema de alianças e provocaria uma guerra.


· Conhecer as causas imediatas do conflito;


O início do conflito veio acontecer numa zona muito problemática, a península balcânica, onde o herdeiro austro-húngaro (Francisco Fernando) foi assassinado por um estudante nacionalista sérvio, na Bósnia, em Sarajevo no dia 28 de Junho de 1914. O imperador austro-húngaro, descontente com a morte do seu herdeiro, foi pedir à Sérvia que penaliza-se o culpado, mas a Sérvia não fez nada e, com isto, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia que foi protegida da sua aliada natural, a Rússia. O sistema de alianças ativou-se e assim começou a 1º Guerra Mundial.


· Conhecer os armamentos e estratégias militares da 1ª Guerra Mundial;


Na guerra foram utilizados:


Ø Novos tipos de armas e de transportes, como aviões e submarinos; tanques e veículos automóveis para transportar tropas e abastecimentos; canhões de longo alcance e metralhadoras; gases asfixiantes e novos explosivos.


Ø Novos avanços técnicos para comunicar entre zonas muito distantes – telefone e telegrafo;


Ø Mobilização militar total;


Ø Estratégias militares que variavam entre a deslocação rápida dos exército (guerra dos movimentos) e um complexo sistema de grandes fortificações escavadas no solo (trincheiras);


Ø Desenvolvimento de economias de guerra.


· Conhecer as fases da guerra;


1º fase: Guerra de Movimentos (1914/1915) – esta fase foi favorável aos alemães que aproveitaram o factor surpresa e desenvolveram uma “guerra relâmpago”;


2ª fase: Guerra das Trincheiras (1915/1917) – estabeleceram-se posições, fizeram-se trincheiras para que cada nação pudesse defender as suas posições;


3ª fase: Guerra de Movimentos (1917/1918) – esta fase fica marcada pela saída da Rússia (1917) e pela entrada dos EUA no conflito (1917) pelos Aliados.


Com estas mudanças de nações, a guerra acaba com o triunfo dos Aliados (Triplíce Entente), e o armistício ocorre no dia 11 de Novembro de 1918.


· Compreender as deliberações do Tratado de Versalhes;


O Tratado de Versalhes foi assinado em Junho de 1919 e ficou decidido que a Alemanha:


§ tinha de se declarar a principal culpada da guerra;


§ Ficou desmilitarizada, com apenas um pequeno exército defensivo;


§ Tinha de restituir à França a Alsácia-Lorena;


§ Tinha de pagar pesadas indemnizações aos vencedores;


§ Tinha de devolver territórios à Polónia, à Dinamarca e à Bélgica;


§ Perdia todas as suas colónias.


· Conhecer o novo mapa político da Europa;


Durante as Vária conferências de paz por toda a Europa, ficou decidido que os impérios austro-húngaro, alemão, turco e russo seriam desmembrados; a Checoslováquia, a Polónia, a Jugoslávia, a Hungria, a Finlândia, a Lituânia, a Estónia e a Letónia seriam independentes


· Justificar a criação da Sociedade das Nações;


A Sociedade das Nações foi um organismo internacional, criado em 1919, e tinha como objectivo garantir a paz e a segurança entre as nações.


Principais princípios:


ü Respeitar a integridade territorial e a independência política de cada país;


ü Desenvolver a cooperação económica, social e cultural entre as nações;


ü Organizar o desarmamento geral, começando pela Alemanha.


· Conhecer as transformações económicas do pós-guerra;


Enormes baixas dos níveis de produção industrial e agrícola;


Perda de mercados internacionais para os EUA e para o Japão;


Desvalorização das moedas europeias em relação ao Dólar;


Aumento da inflação;


Endividamento em relação que se tornaram os grandes credores da europa.


· Compreender o modelo americano de produção em massa.


Com o pós-guerra, os EUA tornaram-se na 1ª potência económica mundial. Desenvolveram a industria da guerra e actividades ligadas à mesma (extracção mineira, produção de aço e a construção naval) e outras industrias como a industria química, metalúrgica e automóvel. Foram introduzidos novos métodos de produção e organização do trabalho, como o taylorismo – sistema de racionalização do trabalho em que cada operário desempenha uma única tarefa, originando assim o trabalho em cadeia; e como o fordismo – utilização do taylorismo, pondo em prática a produção em massa; e a estandardização – uniformização de modelos.


· Coisas importantes:


o Viagens de exploração:


§ 1854/1856 _ Livingstone;


§ 1871 _ Stanley;


§ 1877/1879 _ Serpa Pinto;


§ 1884 _ Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens.


o Frentes da Guerra:


§ Frente ocidental – do mar Norte à fronteira norte da Suíça e desta ao mar Adriático;


§ Frente leste – do mar Báltico ao mar Negro;


§ Frente Balcânica – do mar Adriático à Turquia


terça-feira, 14 de junho de 2011

Objectivos para o 6º teste



  1. Compreender a hegemonia inglesa na industrialização;


  2. Conhecer as novas potências industrializadas;


  3. Compreender a Revolução dos Transportes;


  4. Conhecer as vantagens resultantes do desenvilvimento dos transportes;


  5. Conhecer a formação dos mercados nacionais e internacionais;


  6. Compreender a 2ª Revolução Industrial;


  7. Conhecer os novo inventos;


  8. Conhecer as modificações do quotidiano;


  9. Conhecer o liberalismo ecónomico e a afirmação do capitalismo;


  10. Compreender a Revolução Demográfica;


  11. Justificar a emigração;


  12. Compreender a miséria e as miséria e as más condições de vida do operario urbano;


  13. Conhecer o género de vida citadino e as duras condições de vida do operariado.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Resumo para o 5º teste

• Conhecer as colónias que a Inglaterra possuía na América do Norte
Nos finais do séc. XVIII, as 13 colónias da Inglaterra, situadas na América do Norte, todas independentes umas das outras. Porém tinham coisas em comum: falavam inglês, eram protestantes e desejavam maior liberdade e independência face à Coroa Britânica.
• Conhecer as causas do descontentamento destes colonos em relação à sua metrópole
Os americanos revoltaram-se contra a sua metrópole porque esta tinha subido os impostos sobre o chá, sobre o açúcar e sobre o papel selado, e porque não lhes dava permissão para se alargarem para oeste. Assim, lutaram pela independência (com a ajuda da França) e em 1783 a Inglaterra reconheceu a independência das colónias através do Tratado de Versalhes.
• Compreender os motivos que levaram à independência destas colónias
Os motivos que levaram à independência destas colónias eram representados por revolucionários das colónias que alegavam que todos os Homens são iguais e dotados de certos direitos, como a liberdade e a procura da felicidade.
• Compreender o duplo sentido da Revolução Americano
A independência dos E.U.A. teve dois significados a nível mundial:
β A comprovação de que as ideias iluministas podiam ser utilizadas – quando os franceses ajudaram os americanos levaram as ideias iluministas e toda a constituição americana segue essas ideias;
β Os E.U.A. foram a 1ª colónia a conseguir a liberdade da sua grande e poderosa metrópole, o que desencadeou a liberdade de todas as outras colónias da América.

• Relaciona as ideias iluministas com a Constituição Americana
Em 1787 as colónias aprovaram uma constituição que tinha como bases os princípios iluministas, como: liberdades e direitos do cidadão, separação de poderes, soberania da nação e a República e um sistema da Estado Federal (cada Estado Federado conservava a sua autonomia e um governo central que ficava responsável pela defesa, finanças e política externa).
• Conhecer a profunda desigualdade social que se verificava em França em vésperas da revolução
No séc. XVIII a França vivia sob uma monarquia absoluta e tinha uma sociedade de ordens típica do Antigo Regime:
√ Clero e Nobreza – que eram uma minoria da população (cerca de 2%) mas que detinham grandes privilégios como não pagar impostos, seres julgados em tribunais próprios com regras diferentes e possuíam 40% das propriedades;
√ Terceiro Estado – constituído pelo povo e pela Burguesia (cerca de 98% da população) que sustentavam os outros 2 grupos sociais e os luxos da corte com pesadíssimos impostos e obrigações feudais.
O descontentamento social agravou-se ainda mais com uma crise económica e financeira devido a vários factores:
√ Maus anos agrícolas – aumento do preço dos cereais e fome alastrada;
√ Concorrência dos produtos ingleses – diminuição das exportações;
√ Défice financeiro – o estado não dispunha de dinheiro para guerras, pensões e luxos exagerados da corte.

• Compreender a convocação dos Estados Gerais
Perante a crise, o rei consultou os seus ministros que lhe disseram que a única maneira de solucionar a crise e o descontentamento social era retirar alguns impostos sobre o terceiro estado e começar a cobrar impostos à nobreza e ao clero. O rei Luís XVI convocou os Estados Gerais (uma votação por ordens que o rei consultava quando tinha dúvidas) e propôs-lhes a opinião dos seus ministros que foi chumbada. O Terceiro Estado, revoltado, pediu para a votação ser individual e não por ordens sociais, o que lhe foi recusado. Então o Terceiro Estado decidiu reunir-se à parte e decidiu começar uma revolução.

• Conhecer as várias fases da Revolução Francesa
As várias fases da Revolução Francesa foram: a monarquia constitucional, a república e o período napoleónico.

• Conhecer o carácter universalista desta revolução
A revolução francesa representou um marco na História da Humanidade que representa o fim da época Moderna e o início da época Contemporânea. A Revolução fez triunfar ideais como: a liberdade, a igualdade e a soberania da nação. Serviu de exemplo para outras nações influenciando as Revoluções Liberais na Europa e movimentos de independência na América.

• Conhecer as causas da Revolução Liberal Portuguesa
No início do séc. XIX, Portugal atravessava uma complicada situação política e económica devido a:
√ Invasões francesas em 1807, 1809 e 1810 por Portugal não ter aderido ao Bloqueio Continental;
√ Fuga da família real para o Brasil para escapar aos franceses;
√ Portugal passou a ser governado por ingleses _ Marechal Beresford _ que nos tinham ajudado a expulsar os franceses;
√ Perda da exclusividade do comércio com o Brasil e tratados económicos celebrados que prejudicavam os comerciantes portugueses;
√ Ruína da agricultura, do comércio e da indústria;
√ Ocupação dos principais cargos de chefia por ingleses;
√ Portugal passou a ser uma colónia do Brasil.

• Compreender as 1ª medidas tomadas após a revolução
As 1ª medidas tomadas após a revolução foram preparar a população para eleger os deputados das cortes constituintes e obrigar o rei a regressar do Brasil.

• Conhecer a acção das Cortes Constituintes
As cortes constituintes reunidas em 1821 decidiram:
√ Nacionalizar os bens da coroa;
√ O regresso da corte do Brasil;
√ Abolir a Inquisição;
√ Acabar com os direitos senhoriais;
√ Decretar a liberdade da Imprensa.
Em 1822, as Cortes Constituintes aprovaram a 1ª Constituição Portuguesa e instaurava a Monarquia Constitucional.

• Relacionar a acção das Cortes Constituintes com a independência do Brasil
Com o regresso de D. João VI a Portugal, o Brasil perdeu muitos privilégios. As cortes constituintes exigiram também o regresso do seu filho, D. Pedro IV, que ficara como regente. Ao ter conhecimento das exigências, D. Pedro IV declara o Brasil independente e torna-se imperador do Brasil.
• Conhecer o clima de desordem política e de guerra civil que se seguiu à revolução
Depois da revolução, surgiu uma guerra civil entre absolutistas e liberais e com bastantes revoltas como: a Revolução de Setembro, a Costa Cabral e a Patuleia (revoltas populares).
• Compreender a implantação definitiva do liberalismo em Portugal
A guerra civil entre absolutistas e liberais começa em 1832, quando D. Miguel e o seu exército ocupam a cidade do Porto. Em 1833, restauraram a Monarquia Constitucional e em 1834, a paz foi assinada na Convenção de Évora Monte e desta maneira o liberalismo foi implantado definitivamente em Portugal.
• Conhecer as reformas de Mouzinho da Silveira
Para abolir as estruturas do Absolutismo, Mouzinho da Silveira criou as seguintes medidas:
¶ Extinção de morgadios (património familiar que por herança passava apenas para o filho mais velho);
¶ Abolição do pagamento da dízima ao clero e da sisa;
¶ Divisão do território português em províncias, comarca e conselhos;
¶ Abolição dos forais e dos bens da coroa;
¶ Modernização da administração pública e da justiça;
¶ Extinção de monopólios na indústria e no comércio e a abolição de impostos sobre a circulação interna de mercadorias, o que provocou liberalização da actividade económica.
• Compreender a hegemonia inglesa no processo de industrialização
A Grã-Bretanha iniciou a revolução industrial, o que lhe permitiu ser a maior potência mundial até finais do séc. XIX.
Dominava o comércio mundial, exportando para todo o mundo e dominando as exportações de tecidos de algodão e de lã, de ferro, maquinas, carris, locomotivas, navios e tinha capital para construção de pontes, estradas e vias-férreas. Desenvolveu, também, os meios de transporte.
• Conhecer as novas potências industrializadas
As novas potências industrializadas foram: a França, a Alemanha e o Japão. Mais tarde a Itália e a Rússia iniciam a sua industrialização.
• Datas importantes
1783 – Independência das colónias da Inglaterra na América.
1787 – Constituição americana.
14 de Julho de 1789 – Tomada da Bastilha
1806 – Bloqueio Continental
1807, 1809 e 1810 – 1ª, 2ª e 3ª vaga de invasões
1815 – Batalha de Waterloo; derrota de Napoleão
24 de Agosto de 1820 – Início da revolução liberal
1822 – 1ª Constituição portuguesa; independência do Brasil
1832 – Início da guerra civil
1834 – Implantação definitiva do liberalismo.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Objectivos para o 3.º teste

1.    Compreender os factores da decadência do Império Português do Oriente (pág. 58);
2.    Conhecer a crise dinástica por que Portugal passou com a morte do rei D. Sebastião (pág. 58);
3.    Identifica os candidatos ao trono (pág. 58);
4.    Compreender a aclamação de Filipe II de Espanha como rei de Portugal e as suas promessas nas cortes de Tomar (pág. 58);
5.    Compreender a doutrina do Mare Liberum (pág. 60);
6.    Identificar os novos impérios coloniais que se afirmaram nesta altura (pág. 60);
7.    Conhecer a importância do comércio colonial e a crise por que passou na segunda metade do século XVII (pág. 62);
8.    Compreender a Restauração da Independência nacional em 1640 (pág. 62);
9.    Conhecer a prática desumana do tráfico de escravos (pág. 62);
10.     Conhecer o comércio triangular (pág. 62);
11.     Compreender a importância da agricultura e do comércio colonial durante o antigo Regime (pág. 70);
12.     Localizar no tempo e no espaço o antigo Regime (pág. 70);
13.     Conhecer o Mercantilismo (pág. 70);
14.     Conhecer a sociedade de ordens (pág. 72);
15.     Compreender o absolutismo régio (pág. 74);
16.     Conhecer a política despótica do Marquês de Pombal (pág. 82);
17.     Conhecer as novas instituições criados pelo Marquês (pág. 82);
18.     Compreender a falência das medidas mercantilistas do conde da Ericeira relacionadas com o Tratado de Methuen (pág. 84);
19.     Compreender o mercantilismo pombalino (pág. 86);
20.     Conhecer o papel do Marquês na reconstrução da capital (pág. 86);
21.     Conhecer a arte e mentalidade barrocas (pág. 92); 

A arte e a mentalidade barrocas.


       O estilo barroco foi a corrente artística que predominou na Europa dos séculos XVII e XVIII. Surgiu em Roma e expandiu-se rapidamente pelos países católicos como Portugal, uma vez que esteve relacionado com o movimento da Contra-Reforma. Ou seja, a Igreja Católica serviu-se do carácter espectacular e dramático a arte Barroca para atrair os crentes.
            De uma forma geral, o Barroco apresenta quatro características fundamentais:
·    O gosto pelo movimento,
·    pela representação realista,
·    pela teatralidade
·    e pela rejeição de espaços vazios.
            Presente não só na arquitectura, na pintura ou na escultura, o barroco manifestou-te também na literatura, na música e até na mentalidade dos Europeus - isto é, na sua forma de pensar e agir. Surgiu assim, o gosto por ambientes requintados, trajes luxuosos e complexos, música de ritmo muito marcado e vibrante e literatura rebuscada.

            A arquitectura barroca transmite-nos uma sensação de movimento através da utilização de plantas ovais, de fachadas onduladas e de curvas e contra-curvas. Os edifícios são muito decorados e de forma a evitar espaços vazios. Predominam os relevos, os azulejos e a talha dourada. Em Portugal, a igreja e a Torre dos Clérigos, no Porto ou a Biblioteca Joanina na universidade de Coimbra, construída sob o patrocínio de D. João V, são exemplos de construções barrocas.
            Na escultura e pintura barrocas a sensação de movimento é conseguida pela representação do corpo humano ou pelos panejamentos ou trajes de forma dinâmica. Os sentimentos transmitem-se de forma expressiva e teatral. A pintura particulariza-se ainda pelas cores vivas, contrastes de Luz e sombra e pelas ilusões ópticas, resultantes da aplicação das leis da perspectiva em superfícies planas.

O terramoto de 1755 e a reconstrução de Lisboa


          No dia 1 de Novembro de 1755, por volta das 09.30, a terra tremeu e Portugal, destruindo a cidade de Lisboa, assim como outras regiões do Alentejo e do Algarve. Os abalos sísmicos duraram cerca de 8 minutos, seguidos de maremoto. A destruição foi avassaladora, sobretudo na zona baixa e ribeirinha da cidade: entre 17 mil a 20 mil edifícios foram destruídas, assim como 33 palácios e quase 30 igrejas. Cerca de 10 mil lisboetas perderam a vida entre os escombros, as inundações, os incêndios e as pilhagens.
          A morte e a destruição tinham-se abatido sobre a cidade de Lisboa. Era urgente remover os escombros e os cadáveres que podiam infestar a cidade.
A solução passou pelo arremesso dos corpos, com pesos nos pés, para as águas profundas do Tejo ou pela sua cobertura com alcatrão, antes de serem queimados.
          O Marquês Pombal respondeu prontamente à catástrofe:
·         Mandou cuidar dos feridos e enterrar os mortos, para evitar a propagação das doenças;
·         Procurou restabelecer a ordem, prendendo os malfeitores que aproveitaram a confusão para atacar e roubar os sobreviventes;
·         Iniciou a reconstrução da cidade segundo regras urbanísticas:
o       Os engenheiros Manuel da Maia e Eugénio dos Santos e o arquitecto Carlos Mardel projectaram a baixa lisboeta com ruas largas e direitas, paralelas e perpendiculares umas às outras;
o       Os edifícios tinham fachadas alinhadas e eram funcionais – o rés-do-chão destinava-se ao comércio e os restantes três pisos à habitação;
o       Para resistir a uma nova catástrofe natural os prédios foram construídos sobre uma gaiola anti-sísmica, ou seja, uma armação em madeira que sustentava as vigas. Também tinham protecção anto-fogo, já que foram construídas grossas paredes de pedra entre cada prédio para evitar a propagação das chamas;
o       Junto ao rio Tejo, o antigo Terreiro de Paço deu lugar à Praça do Comércio, símbolo da promoção social da burguesia e do próprio poder absoluto do rei D. José I.

O despotismo esclarecido do Marquês de Pombal

          Em Portugal, o absolutismo foi introduzido por D. João II, no século XV, tendo atingido o seu auge no século XVII e XVIII, nos reinados de D. João V e D. José I.
          Na verdade, na segunda metade do século XVIII, o Marquês de Pombal, ministro de D. José, procurou estabelecer o despotismo esclarecido, ou seja, o monarca devia exercer um poder absoluto, mas orientado ou esclarecido pela razão para o bem dos súbditos. Assim se explicam as medidas tomadas para fortalecer o poder régio e modernizar o país. Para além de retirar privilégios ao clero e à nobreza e de fomentar o desenvolvimento comercial e industrial, o marquês de Pombal criou uma série de organismos administrativos centrais:
·         O Erário Régio – dirigia as finanças públicas;
·         A Junta do Comércio – regulava as actividades económicas;
·         A Real Mesa Censória – limitou o poder da Inquisição na censura dos livros considerados perturbadores da ordem religiosa e política;
·         A Intendência Geral da Polícia – que procurava prevenir e reprimir a criminalidade;
·         Reformou o Ensino e os Tribunais.

O poder absoluto dos reis


          Entre os séculos XVI e XVIII o clero e a nobreza viram a sua autoridade limitada, na medida em que os reis procuraram concentrar em si todos os poderes políticos – o legislativo, o executivo e o judicial (eram eles que faziam as leis, as mandavam executar e aplicavam a justiça). Por os monarcas deterem um poder total, este regime é designado por monarquia absoluta ou absolutismo régio. Estes monarcas justificavam o seu poder afirmando que fora Deus quem lhes confiara toda a autoridade – era a monarquia de direito divino. Desta forma, só a Deus teriam de prestar contas dos seus actos.
          O poder absoluto dos reis, para além de ser considerado sagrado porque de origem divina, era igualmente um poder paternal. Ou seja, o rei era visto como o pai de todos os súbditos e, por isso, devia governar de forma a atender às necessidades de todos.
          O rei francês Luís XIV, autor da famosa frase “O Estado sou eu” foi o grande exemplo do soberano absoluto, sendo imitado por outros monarcas europeus como o nosso rei D. João V. A grandeza e ostentação com que estes reis se apresentavam era a forma de mostrar era a forma de mostrar a sua superioridade e a força do seu poder.
          Luís XIV escolheu o Sol como emblema. O Sol representava Apolo, deus da paz e das artes da mitologia grega. É também o astro que dá vida. Luís XIV encarnou todos estes atributos. Foi herói guerreiro, que trouxe a paz, protegeu as artes e agraciou os mais variados súbditos.

A ordem social da burguesia


          A burguesia era constituída por pequenos mercadores e grandes comerciantes que foram surgindo à medida que o comércio colonial e internacional se desenvolveu. Alguns burgueses enriqueceram de tal forma, que emprestaram dinheiro a reis e a particulares, assim como compraram grandes propriedades para imitarem a nobreza. Contudo, a riqueza não lhes garantia os mesmos privilégios dos nobres, pois não apagava a sua origem humilde. Os burgueses eram descendentes de famílias populares e, por isso, pertenciam à ordem socila do povo ou Terceiro Estado. No entanto, a burguesia foi, gradualmente, ganhando prestígio político e social. Em Portugal, o Marquês de Pombal foi um dos responsáveis pela promoção da burguesia ao por em prática uma série de medidas, tais como:
·         Declarar o comércio actividade nobre, necessária e proveitosa;
·         Garantir o estatuto de nobre a todo o burguês que possuísse um determinado volume de negócios;
·         Abolir a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, permitindo maior de iniciativa para os primeiros, tradicionalmente ligados às actividades comerciais.

A submissão do clero em Portugal

            Em Portugal, o Marquês de Pombal pôs em curso medidas que procuravam disciplinar os grupos privilegiados e, por conseguinte, reforçar o poder do rei. Neste sentido, retirou privilégios ao clero e chegou mesmo a perseguir alguns religiosos que haviam participado na tentativa de assassinato de D. José I.
Os Jesuítas, religiosos que controlavam o ensino e a cultura em Portugal e que tinham grande influência na corte, receberam, em 1769 ordem de expulsão de Portugal das colónias, pelo facto do Marquês considerar que constituíam um entrave à sua política de reforço do poder régio e de modernização do ensino. Em 1773, o Marquês acabou também com a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, em que os cristãos-novos deixaram, pelo menos teoricamente, de ser apontados e perseguidos pelo facto de já terem sido judeus.

Os privilégios do clero e o Marquês de Pombal

Os privilégios do clero europeu
         O clero, ainda que pouco numeroso no conjunto da população, era um dos grandes proprietários de terras. Recebia as rendas dos camponeses que exploravam as suas propriedades e a dízima, ou seja, a décima parte de toda a produção – para além de uma série de doações feitas pelos reis e benfeitores particulares. O clero estava isento de impostos e de serviço militar e os seus membros, em caso de delito, eram julgados por leis próprias em tribunais particulares. As actividades do clero repartiam-se pelo culto religioso, ensino e assistência aos pobres e doentes.
          Alguns religiosos, nomeadamente os do alto clero, ocupavam cargos importantes: eram bispos, abades, inquisidores – entre outros.
          O baixo clero, constituído por párocos, monges e monjas, acabava por exercer grande influência junto das populações

Os privilégios da nobreza e o Marquês de Pombal


Ser nobre no Antigo Regime significava usufruir de uma série de privilégios, tais como não pagar impostos, possuir vastas propriedades, receber rendas e prestação de serviços dos camponeses que trabalhavam as terras, receber do rei títulos nobiliárquicos, cargos administrativos, políticos e pensões.
Em Portugal, porém, os privilégios da nobreza vão ser limitados pelo Marquês de Pombal com vista ao reforço do poder do rei. Em 1758, na sequência de um atentado contra o rei D. José, várias famílias nobres, nomeadamente a dos Távoras, foram acusadas e severamente castigadas.
O Marquês de Pombal, ao reformular os órgãos de administração do Estado, afastou também do desempenho de certos cargos os nobres incapazes e criou um colégio em Coimbra para formar uma nobreza preparada para as exigências de um Estado moderno.
Trajados a rigor, os nobres divertiam-se nas touradas, procissões e também nos teatros e nos salões de baile. As habitações e o vestuário serviam para a nobreza se distinguir dos outros estratos sociais.
Em todo este processo de disciplina da nobreza, a burguesia saiu triunfante, uma vez que Pombal promoveu a sua ascensão económica e social. No entanto, houve famílias nobres que, para conseguirem sobreviver, numa altura em que as trocas comerciais eram a actividade mais lucrativa, passaram a dedicar-se ao comércio, actividade tradicionalmente burguesa. Por outro lado, a burguesia ambicionava ter privilégios nobres. Desta forma, houve nobres que também eram mercadores e houve mercadores que obtiveram títulos de nobreza.

A Sociedade de ordens



A sociedade do Antigo Regime dividia-se em três ordens ou classes sociais – clero, nobreza e povo ou Terceiro Estado. Esta divisão fazia-se segundo o nascimento, profissões ou cargos desempenhados ou nível económico ou cultural. Cada estrato social tinha direitos e obrigações diferentes, estabelecidos na lei, e maior ou menor prestígio social. Por exemplo, um nobre seria tratado de forma diferente de acordo com o seu título nobiliárquico (excelência, senhoria, vossa mercê ou dom). No vestuário, também os trajes mais luxuosos eram usados pelos nobres. Perante um mesmo delito havia leis e castigos diferentes e nos actos públicos, como nas procissões, o nobre ocuparia os lugares da frente e o lavrador os últimos do cortejo.
O povo ou terceiro estado era a ordem social mais numerosa, constituída por camponeses, artesãos e vendedores, que trabalhavam e pagavam impostos, vivendo na miséria e sem quaisquer privilégios.
           A crise económica regressara a Portugal já nos finais do reinado de D. João V.
·         As despesas do reino tinham aumentado;
·         O ouro do Brasil vinha diminuindo;
·         A agricultura e a indústria estavam estagnadas.
          D. José I subiu ao trono em 1750 e o Marquês de Pombal, seu ministro, tentará solucionar estas dificuldades com medidas de carácter mercantilista:
·         Fundou companhias comerciais:
o       Companhia do Grão Pará e Maranhão;
o       Companhia de Pernambuco e Paraíba;
o       Companhia da Agricultura das vinhas do alto Douro;
o       Companhia das Pescas do Algarve;
o       Companhia da Ásia
·         Ao nível do desenvolvimento da indústria:
o       Incentivou a criação de manufacturas e a manutenção das já existentes através de subsídios e isenção de impostos – Real Fábrica das sedas e Companhia dos Vidros da Marinha Grande;
o       Facilitou a entrada de matérias-primas e publicava pragmáticas para diminuir as importações.
  A região demarcada do Douro tem 250 anos e foi a primeira a ser criada em todo o
Mundo. Em 2001 foi classificada de Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.

A agricultura do Antigo Regime


Em Portugal e na maior parte dos países europeus, apesar do desenvolvimento do comércio colonial, a agricultura continuava a ser a principal actividade económica. A maior parte das terras pertencia aos senhores da nobreza e do clero e a alguns burgueses. Os camponeses cultivavam essas terras e estavam sujeitos a uma série de rendas e impostos, ou seja, mantinha-se o senhorialismo, em que os pesados tributos exigidos aos camponeses impossibilitavam o investimento e modernização da agricultura (apenas houvera investimento e desenvolvimento na agricultura das Províncias Unidas e da Inglaterra).
           A fraca produtividade resultava então de:
·         Técnicas rudimentares;
·         Adubos animais e vegetais,
·         Utensílios frágeis de madeira e ferro;
·         Uso exclusivo do trabalho humano e animal.
          Os maus anos agrícolas e as fomes eram frequentes e atingiam sobretudo os grupos populares.