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Localizar a Civilização Grega no tempo
e no espaço
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Relacionar o relevo da Grécia com a
sua organização política e com as suas actividades económicas.
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Identificar os principais espaços da
polis.
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Conhecer os elementos que uniam os
Gregos.
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Compreender a colonização grega do
século VIII a. C.
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Caracterizar a economia ateniense.
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Justificar a supremacia de Atenas.
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Justificar a criação da liga de Delos.
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Caracterizar a sociedade ateniense
(cidadãos, metecos e escravos)
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Justificar a importância de Péricles
na democracia ateniense.
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Compreender as instituições da
democracia ateniense.
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Conhecer o teatro grego – comédia e
tragédia.
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Compreender a religião grega.
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Justificar a importância dos Jogos
Olímpicos
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Compreender a educação ateniense
Atenas e o Espaço Mediterrâneo
Localização
geográfica da Grécia Antiga:
A Grécia Antiga situa-se no
Mediterrâneo Oriental, na Península Balcânica, nas ilhas do Mar Egeu e nas
costas da Ásia Menor. É banhada, a oriente, pelo mar Egeu e a ocidente, pelo
mar Jónio.
O território grego é
muito montanhoso e árido, dedicando-se este povo à pastorícia nas regiões mais
elevadas e, nas encostas e vales, cultivavam a oliveira, a vinha e a figueira,
assim como cereais (trigo e cevada).
A longa costa grega – profundamente
recortada, convidou, desde cedo, os Gregos, a dedicarem-se à pesca e ao
comércio marítimo.
Povos que deram origem aos Gregos: Minóicos,
Aqueus e Dórios.
A Grécia divide-se em cidades-estados e não
se constitui como reino unificado devido, principalmente, ao relevo
montanhoso, que leva ao isolamento natural das comunidades;
Apesar de isoladas e
independentes umas das outras, as cidades-estados gregas possuíam
características comuns, tais como a língua, a religião, os jogos e os costumes.
Atenas, Tebas e Esparta eram as principais
cidades-estados gregas.
A
Grécia é constituída por várias cidades-estados
independentes umas das outras (com governo, leis e exércitos próprios) – a Pólis – que era constituída por três espaços distintos: a
acrópole, a ágora e a zona rural.
A
pólis
era constituída por:
• Acrópole,
situada na parte mais alta da cidade, era o centro da vida religiosa e onde se
encontravam os templos.
• Ágora,
ou praça pública, era a parte mais baixa da cidade, onde se encontravam as
zonas residenciais, administrativas e comerciais. Constituía o centro da cidade
e aí se desenvolvia a vida política e se realizavam as trocas comerciais.
• Zona rural, com
campos, pastos e bosques, servia para abastecer a
cidade de produtos agrícolas.
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Acrópole
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Causas da colonização grega do século VIII a.C.
Os Gregos emigraram
para várias regiões do Mediterrâneo e do mar Negro entre
meados do séc. VIII e o séc. VI a.C., fundando numerosas colónias.
As
causas desta colonização foram, fundamentalmente:
·
O
aumento populacional;
·
A
necessidade de terras para a agricultura;
·
A
procura de produtos para serem comercializados, assim como de mercados para os
seus produtos;
·
A
procura de matérias-primas para o artesanato.
Entre
as colónias e a metrópole mantinham-se intensas relações culturais, comerciais
e religiosas, o que contribuiu para expandir a arte e a
cultura helénicas.
A
supremacia de Atenas
Atenas tornou-se, no século V a.C. , a
principal cidade-estado da Grécia devido a vários factores:
·
Posição geográfica
privilegiada
– servida pelo porto do Pireu, frequentado por mercadores de todo o
Mediterrâneo;
·
Situada
na Península da Ática, com bons terrenos para a produção de figos, vinho, azeite, trigo e cevada,
produção de mel e criação de gado;
·
Desenvolveu
o artesanato e o comércio;
·
Possuía
uma boa frota marítima, quer para o comércio, quer para protecção militar.
Assim, Atenas desenvolveu-se através da
produção artesanal de objectos de cerâmica,
armas, objectos de bronze. Desenvolveram também a construção naval. Os seus excedentes agrícolas e artesanais eram
vendidos às outras cidades e por todo o Mediterrâneo. O comércio tornou-se a
sua principal actividade, feito a partir do porto do Pireu e através do uso da moeda – a dracma.
Desta forma, assumia uma economia comercial,
marítima e monetária.
A Liga de Delos
Após a invasão da
Grécia pelos Persas, o papel de Atenas tornou-se fundamental na defesa da
Grécia, unindo-se a todas as outras cidades-estados gregas numa aliança
militar, a que se deu o nome de Liga de
Delos. A partir daqui, Atenas tornou-se imperialista em relação às outras
cidades, exigindo-lhes um tributo.
A sociedade ateniense
A sociedade ateniense era constituída
por cidadãos, metecos e escravos.
·
Os
cidadãos
tinham que ser do sexo masculino, filhos de pai e mãe atenienses, com mais de
vinte anos e o serviço militar cumprido. Apenas eles podiam governar e
administrar a cidade e possuir terras.
·
Os
metecos
eram estrangeiros residentes em Atenas e dedicavam-se fundamentalmente ao
comércio e ao artesanato. Tinham, como obrigações, pagar imposto de residência e prestar
serviço militar. No entanto, não podiam possuir terras, nem participar na vida
política da cidade ou casar com mulheres atenienses.
·
Os
escravos não
tinham quaisquer direitos e executavam os trabalhos mais duros. Eram obtidos
através da guerra ou por dívidas.
A mulher grega estava excluída da vida
pública, pois era considerada uma eterna menor de idade. No entanto, tinha um
importante papel na educação dos filhos, assim como na protecção do lar e da
família. Dedicava-se às tarefas domésticas e à música.
Atenas e o regime democrático
Clístenes e Péricles foram os fundadores do regime democrático ateniense.
Péricles
foi o primeiro cidadão ateniense, criador da democracia. Governou a cidade
por cerca de trinta anos no cargo de estratego, sendo nesta altura que Atenas mais se notabilizou –
o século V a.C. ficou mesmo conhecido por “o
século de Péricles”.
Instituições
da democracia ateniense:
- Para
o poder legislativo, havia a Bulé
a Eclésia;
- Para
o poder executivo, havia magistrados
– 10 estrategas e 10 arcontes;
- O
poder judicial estava entregue aos tribunais do Helieu e do
Areópago.
A Eclésia, composta por todos os
cidadãos, aprovava ou reprovava as leis; decidia da guerra e da paz;
votava o ostracismo e controlava os magistrados - reunia na colina de Pnix.
Limites da democracia ateniense
A
democracia ateniense apresentava algumas contradições e limitações:
- Só
os cidadãos podiam participar no governo da cidade;
- Existência
de escravos numa forma de governo que defendia a igualdade de direitos;
- Imperialismo
exercido por Atenas através da Liga de Delos, em que esta
exigia o pagamento de tributos e não respeitava os direitos das outras cidades;
- A
existência da condenação ao ostracismo e à morte;
- Mulheres, metecos e escravos não tinham direitos políticos.
Apesar
de todas estas limitações a democracia ateniense foi um exemplo de participação
cívica, sendo um dos mais importantes legados que a civilização grega nos
deixou.
A cultura
O Teatro Grego
O Teatro também nasceu na
Grécia, onde as primeiras peças eram representadas em anfiteatros abertos. Cada
cidade tinha o seu, com capacidade para cerca de vinte mil pessoas - por aqui
se pode avaliar a importância que tinha para os Gregos.
O
teatro teve a sua origem no culto a Dioniso, deus do vinho, durante a
realização de festas em sua honra, na primavera. Somente os homens podiam
representar e tinham que usar máscaras
– que serviam quer para interpretar as personagens, quer para projetar as
vozes.
Tornou-se
uma das mais importantes manifestações cívicas, culturais e religiosas da
Grécia Antiga, a que todos assistiam – mesmo mulheres e metecos.
Existiam
dois géneros teatrais: a comédia e a tragédia.
Os principais autores de tragédias
foram Ésquilo, Sófocles e Eurípides.
O maior autor de comédias gregas foi o
ateniense Aristófanes.
Os
Gregos valorizavam muito o teatro. Através do teatro desenvolvia-se o gosto
pela História, pela Literatura, pela mitologia – enfim, pelas coisas do
espírito.
A Filosofia
A filosofia
nasceu na Grécia Antiga, refletindo sobre a origem do Universo e da vida, sobre
as forças da Natureza.
Sócrates,
Platão e Aristóteles são considerados, ainda hoje, os grandes mestres da
Filosofia.
Os Gregos contribuíram,
para o progresso cientìfico, desenvolvendo a astronomia, a Física, as Ciências
Naturais, tendo-se destacado:
na Matemática – Pitágoras
na Medicina – Hipócrates
na História – Heródoto e Tucídides.
Na literatura, destacaram-se Homero (autor da Ilíada e da Odisseia) e Hesíodo (autor de Os trabalhos e os dias e Teogonia).
Na Oratória – arte de bem falar em público, tão necessária à atividade política – destacaram-se Péricles e Demóstenes
A educação dos cidadãos
Os
Gregos defendiam uma educação integral – intelectual, física e cívica,
preparando o cidadão para a política - o
seu lema era “mente sã em corpo são”.
A
educação do jovem ateniense começava aos sete anos – até essa idade eram
educados pela mãe, no gineceu (parte da casa destinada às mulheres). A partir
daqui, os rapazes iam à escola e as raparigas permaneciam em casa a aprender trabalhos
domésticos e música, até que os pais lhes escolhessem um marido.
Até
aos quinze anos, os rapazes aprendiam a ler, escrever, contar e músicas –
também praticavam ginástica. A partir dessa idade, aperfeiçoavam-se física e
intelectualmente, apendendo com os mestres até aos 18 anos – altura em que
cumpririam o serviço militar, para se poderem tornar cidadãos.
A
Religião grega
Os Gregos eram politeístas – acreditavam em vários
deuses – e os seus deuses tinham forma humana, qualidades e defeitos como os
homens (antropomorfismo). No entanto possuíam
poderes sobrenaturais, como a imortalidade, a
invisibilidade e a metamorfose.
A religião fazia parte integrante da vida dos Gregos, uma vez que quase todas as atividades eram dedicadas aos deuses, tais como o teatro, os Jogos Olímpicos, concursos de poesia, etc..
Havia várias formas de culto:
- Culto doméstico - feito em casa, em pequenos altares;
- Culto cívico - aos deuses nos templos da cidade;
- Culto pan-helénico - em que participavam todos os gregos (por exemplo, os Jogos Olímpicos).
Os dois grandes santuários gregos - do culto pan-helénico - que atraíam peregrinos de
toda a Grécia, eram famosos pelo seu oráculo:
· Santuário de Zeus, em Olímpia
· Santuário de Apolo, em Delfos
No grande santuário de Zeus, em Olímpia, realizavam-se os Jogos Olímpicos, desde 776 a. C.. Durante sua realização havia uma trégua sagrada e
os
seus participantes -apenas gregos do séxo masculino - eram rspeitados como pessoas sagradas.
As principais provas olímpicas
eram nas modalidades de corrida, salto em comprimento, luta, pugilato, lançamento
do disco e do dardo (pentatlo), corridas de carros e de cavalos. O
pentatlo era a mais importante das provas.
Principais deuses gregos:
Zeus – deus dos deuses
Hera
– mulher de Zeus
Afrodite
– deusa da beleza e do amor
Hefesto
– deus do fogo
Apolo
– deus do Sol e das artes
Dioniso
– deus do vinho e da alegria
Poseidon
– deus dos mares
Hermes
– mensageiros dos deuses e deus dos comerciantes
Ares
– deus da guerra
Hades
– deus dos infernos e dos mortos
Artemisa
– deusa da caça
Atena
– deusa da sabedoria
Deméter
– deusa das colheitas